quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Salvaterra de Magos: Recriação histórica assinala abertura da Falcoaria Real

Uma recriação histórica da chegada da família Real ao Cais da Vala, em Salvaterra de Magos, assinala a recuperação da Falcoaria Real que desde o período pombalino esteve ao abandono. O município de Salvaterra investiu na sua recuperação virada para os tempos modernos.

O cortejo de época que se realiza no próximo sábado, 19, vai percorrer a rua do Rossio, Largo do Palácio (actual Praça da República), rua 25 de Abril, avenida do Calvário (actual av. Dr. Roberto Ferreira da Fonseca), rua do Arneiro (actual avenida José Luís Brito Seabra) até à Falcoaria Real onde se realizará a sessão solene da inauguração da recuperação da Falcoaria Real (17h00). As entradas são livres.

Pelas 18h00, um agrupamento de música barroca, com cravo, violino e fagote, acompanhará os cantores líricos Ana Luísa Cardoso (soprano) e Nuno Miguel Cardoso (tenor), que interpretam “modinhas” - género musical de origem portuguesa da época - da autoria de diversos autores.

Como era tradição na época, durante o Verão, a Família Real portuguesa chegava a Salvaterra de Magos por terra e os restantes elementos da corte, atracavam no Cais da Vala Real. O rei D. José e a rainha Mariana Vitória de Bourbon, Sebastião José de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal), o Conde de Oeiras e sua mulher, o arquitecto Carlos Mardel e outros membros da corte eram o motivo natural da curiosidade popular, no desembarque.

Após a recepção, os elementos dirigiam-se em cortejo até ao Paço Real, instalado numa ampla área definida pelo topo fronteiro à praça onde hoje se situa os Paços do Concelho. Durante longos períodos, a nobreza e outros elementos da corte real ficavam instalados no Paço Real, rodeada de bons ares, mordomias e de alguns dos mais afamados cantores líricos estrangeiros da época. O rei mandara construir uma sumptuosa Casa de Ópera - próximo da Capela Real que ainda hoje existe – que foi palco de alguns dos mais famosos espectáculos líricos com eco nas cortes europeias.


in O MIRANTE online, 16-9-2009

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