«Quatro alunos dos 6º e 7º anos da EB 2,3 de Porto Alto, em Benavente, fizeram um abaixo-assinado a pedir autorização para saírem da escola para fumar, “pelo menos três vezes por dia”. O pedido foi enviado ao diretor do Agrupamento de Escolas de Samora Correia que comunicou de pronto com os pais. Para surpresa de todos, os pais até acharam estranho os filhos não o poderem fazer. A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Benavente já foi informada pela direção.
“Vimos pedir que nos deixem ir fumar lá fora, sempre e só acompanhados por uma auxiliar, permitindo-nos ir pelo menos três vezes por dia sem arranjar confusão”, é o que se pode ler na carta assinada pelos alunos. “Este pedido serve para que os mais novos não nos vejam a fumar dentro da escola. Sabemos que o exemplo que transmitimos não é o melhor, mas queremos melhorar”, acrescenta estes alunos com apenas 15 anos.
Depois de contatados, houve alguns pais que acharam mesmo “errado” proibir os alunos de fumar dentro e fora da escola. “Houve uma mãe que entendia que devia ser permitido sair da escola para fumar. É a própria mãe que dá o dinheiro para comprar tabaco”, contou ao Correio da Manhã a coordenadora da EB 2,3 de Porto Alto, Eulália Santos, referindo que estes alunos vivem em meios familiares complicados: “Dois têm acompanhamento psicológico”, referiu.
Carlos Amaro, diretor do agrupamento, revelou ainda que dois funcionários têm por missão vigiar o consumo de tabaco no intervalo das aulas e que este grupo de alunos já estava referenciado por comportamento agressivo. “São alunos carentes. Na escola são insolentes e agressivos. É como chamam a atenção. Não há um dia em que não sejam expulsos da sala de aula”, afirmou a coordenadora ao jornal.
Um dos problemas associados ao consumo de tabaco no interior da escola é a possível imitação por parte dos mais novos, refere ainda Eulália Santos, coordenadora da EB 2,3 de Porto Alto. “Já houve um episódio com alunos de 9 e 10 anos que experimentaram fumar relva”, contou a professora.
A Associação de Jovens de Samora Correia veio entretanto manifestar preocupação face a esta notícia, considerando esta uma situação “inédita” e afirmando que, “apesar de ser um caso isolado, não pode nem deve ser menosprezado ou tratado com leviandade” porque é uma situação “não conducente a uma vida saudável e pode também ter implicações no aproveitamento escolar dos alunos”. “A nossa associação está disponível para colaborar, em articulação com outras associações e/ou entidades, no debate, na sensibilização e na prevenção desta e de outras temáticas”, refere a associação em comunicado.»
Fonte: O RIBATEJO online, 14-11-2013
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