domingo, 23 de outubro de 2011

Bombeiros de Salvaterra de Magos em risco de fechar portas

«A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos está sem dinheiro, tem salários em atraso e admite fechar portas.



Em causa estão 30 mil euros de dívida que o Estado ainda não pagou, relativos ao transporte de doentes não urgentes, e ainda 100 mil referentes a dívidas de particulares.

O presidente da associação afirmou que o socorro à população, em especial o transporte hospitalar, está totalmente dependente das corporações vizinhas, até porque duas viaturas estão avariadas e não há dinheiro para a reparação.

«O concelho de Salvaterra de Magos tem uma percentagem muito alta de socorro pré-hospitalar, principalmente, e nós não conseguimos fazer frente. São accionadas outras corporações para intervir no nosso concelho, porque já não temos capacidade de resposta», lamentou o presidente da associação.

«Quando o INEM nos acciona nós temos de fazer o socorro, mas o Estado só paga o quilómetro a 48 cêntimos quando ele nos custa 82», lamentou.

António Malheiro disse ainda que no ano passado a associação fazia transporte de doentes não urgentes, o que deu 70 mil euros de prejuízo. «Este ano já não fazemos transporte de doentes não urgentes para o Estado», acrescentou.

Com despesas superiores às receitas, acções em tribunal para recuperação de bens, o "leasing" da ambulância mais recente em atraso, António Malheiros não coloca de lado um cenário de encerramento.

«Se o Estado não olhar para nós de outra maneira, se os cidadãos não nos pagarem aquilo que nos devem, a tendência vai ser piorar e qualquer dia, a médio prazo, poderemos ter de fechar portas», avisou.

O comandante da corporação, José Alberto Vitorino, alertou que há bombeiros em grandes dificuldades, por exemplo, com prestações ao banco em atraso.

Os bombeiros do concelho apenas têm sobrevivido com um subsídio da autarquia, que este mês foi novamente antecipado para pagar um terço dos salários dos perto de 60 elementos da corporação.

Em declarações à TSF, a presidente da autarquia disse que em Dezembro, por exemplo, não será possível antecipar o pagamento do subsídio, devido ao «orçamento de Janeiro».

Ana Cristina Ribeiro não quer colocar a hipótese de a associação deixar de existir e mostra-se disponível para colaborar no sentido de encontrar uma solução.»


Texto in TSF online
Imagem in Google

Sem comentários:

Enviar um comentário