«Eram 20h30 de quarta-feira quando Arsénio Coutinho, 37 anos, pegou no telemóvel para ligar para o 112. Tinha acabado de matar o pai à pancada e afirmava estar numa rua de Glória do Ribatejo, Salvaterra de Magos, a precisar de ajuda da GNR por temer justiça popular.
(Arsénio Coutinho, que matou o pai à pancada, foi conduzido pela GNR à cadeia do Montijo, onde aguarda julgamento em prisão preventiva)
Arsénio foi encontrado por militares do posto de Marinhais coberto de sangue e com sinais de estar alcoolizado. Fontes policiais disseram ao CM que o antigo topógrafo estava consciente da forma como tinha morto o pai, João Nunes Dias, de 57 anos. Por isso, queria que a GNR lhe garantisse segurança.
Levado para o posto da Guarda de Marinhais, Arsénio Coutinho tinha o corpo repleto de vestígios importantes para a investigação. No entanto, ao que o CM apurou, a PJ de Lisboa recusou-se a efectuar a detenção do parricida, argumentando que havia flagrante delito. Teve de ser o comandante do Destacamento da GNR de Coruche a passar mandado de detenção, fora de flagrante delito, para que Arsénio Coutinho ficasse preso. A PJ enviou uma brigada a Glória do Ribatejo apenas para recolher vestígios. Arsénio Coutinho está em prisão preventiva na cadeia do Montijo.
"TEVE PERCEPÇÃO DO QUE FEZ E TEVE MEDO"
João Baptista Oliveira preside à junta de freguesia de Glória do Ribatejo, concelho de Salvaterra de Magos. O autarca conviveu com Arsénio Coutinho desde tenra idade e "lamenta profundamente" o desfecho trágico que a relação do conhecido com os pais acabou por ter. "Há algum tempo que ele assumia atitudes estranhas, como rezar na rua em frente a santinhos e atirar motos contra as pessoas", recordou. Quanto ao medo que Arsénio Coutinho sentiu da reacção popular, João Oliveira considera-o "possível". "Ele teve percepção do que fez e teve medo", concluiu.»
in CM online, 23-10-2010
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