terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Comandante dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos demitiu-se




«Razões pessoais, familiares e profissionais na base da decisão do comandante. Mas há quem acredite que João Gomes se demitiu, antevendo as conclusões de um inquérito em curso. Presidente da associação não presta declarações a O MIRANTE.


João Gomes demitiu-se do cargo de comandante dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos. A decisão foi anunciada na noite de sexta-feira, 12 de Fevereiro, durante uma reunião no quartel com os bombeiros da corporação. “As razões que me levaram a tomar esta decisão foram unicamente pessoais, familiares e profissionais”, garante a O MIRANTE o agora ex-comandante. Mas há, no seio da corporação, quem acredite que esta decisão foi tomada, antevendo as conclusões do inquérito levado a cabo pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).


Na edição de 19 de Novembro de 2009, o nosso jornal deu conta do clima de medo e tensão que se vivia no seio do corpo de Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos, com ameaças de morte entre camaradas e profundas divisões internas. Depois de ter recebido várias queixas, a ANPC decidiu avançar para o terreno e levar a cabo uma inspecção rigorosa ao corpo de bombeiros.


“A minha decisão nada tem a ver com as possíveis conclusões do inquérito da ANPC. Mas as pessoas podem pensar o que quiserem. Ainda não recebi o documento e, como já disse anteriormente, aguardo ansiosamente pelo relatório”, esclarece João Gomes.


O ex-comandante abandona a corporação com o sentimento de desilusão, mágoa e tristeza. “Por não ter concretizado os objectivos que tinha delineado para o corpo de bombeiros e nem ter concretizado os compromissos assumidos perante a direcção que me nomeou”, disse João Gomes, sem, no entanto, explicar que objectivos eram esses.


João Soares, que até agora era o adjunto do comando, assume, interinamente, o cargo de comandante até nova decisão da direcção.


Contactado pelo nosso jornal o presidente da associação humanitária dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos recusou-se a prestar esclarecimentos. “Ao jornal O MIRANTE não tenho nada a declarar”, esclareceu António Malheiro.


Recorde-se que, também na edição de 19 de Novembro de 2009, o presidente confirmou ao nosso jornal a “insatisfação e o mal-estar de algumas facções” existentes no seio dos Bombeiros de Salvaterra de Magos, mas assegurou que não foi informado das queixas de ameaça de morte.


Na ocasião, António Malheiro disse que foi informado em primeira-mão pelo nosso jornal de que a sua corporação estava a ser alvo de uma inspecção da ANPC. “A fiscalização vai averiguar o que se passa e só no final é que podemos dizer se está tudo bem. Mas acredito que sim”, garantiu o presidente no dia 17 de Novembro, data em que começou a ser feita a inspecção da ANPC ao corpo de Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos.»
in O Mirante online, 16-02-2010

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