sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Carnaval de Marinhais (vídeos)
















Vídeos in YouTube, 19-02-2010

Muge: começaram as obras do Posto ATM (caixa Multibanco)






Freguesia: Muge
Concelho: Salvaterra de Magos
Distrito: Santarém
País: Portugal

Área: 52,03 km².
Habitantes: 1 261 (2001).
Densidade: 24,2 hab/km².

Muge foi sede de concelho entre 1304 e 1837.
Era constituído por uma freguesia e tinha, em 1801, 779 habitantes.
Desta freguesia desmembraram-se as de Marinhais em 1928, a de Glória do Ribatejo, em 1966, e a do Granho em 1988.


18 de Fevereiro de 2010

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Comandante dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos demitiu-se




«Razões pessoais, familiares e profissionais na base da decisão do comandante. Mas há quem acredite que João Gomes se demitiu, antevendo as conclusões de um inquérito em curso. Presidente da associação não presta declarações a O MIRANTE.


João Gomes demitiu-se do cargo de comandante dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos. A decisão foi anunciada na noite de sexta-feira, 12 de Fevereiro, durante uma reunião no quartel com os bombeiros da corporação. “As razões que me levaram a tomar esta decisão foram unicamente pessoais, familiares e profissionais”, garante a O MIRANTE o agora ex-comandante. Mas há, no seio da corporação, quem acredite que esta decisão foi tomada, antevendo as conclusões do inquérito levado a cabo pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).


Na edição de 19 de Novembro de 2009, o nosso jornal deu conta do clima de medo e tensão que se vivia no seio do corpo de Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos, com ameaças de morte entre camaradas e profundas divisões internas. Depois de ter recebido várias queixas, a ANPC decidiu avançar para o terreno e levar a cabo uma inspecção rigorosa ao corpo de bombeiros.


“A minha decisão nada tem a ver com as possíveis conclusões do inquérito da ANPC. Mas as pessoas podem pensar o que quiserem. Ainda não recebi o documento e, como já disse anteriormente, aguardo ansiosamente pelo relatório”, esclarece João Gomes.


O ex-comandante abandona a corporação com o sentimento de desilusão, mágoa e tristeza. “Por não ter concretizado os objectivos que tinha delineado para o corpo de bombeiros e nem ter concretizado os compromissos assumidos perante a direcção que me nomeou”, disse João Gomes, sem, no entanto, explicar que objectivos eram esses.


João Soares, que até agora era o adjunto do comando, assume, interinamente, o cargo de comandante até nova decisão da direcção.


Contactado pelo nosso jornal o presidente da associação humanitária dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos recusou-se a prestar esclarecimentos. “Ao jornal O MIRANTE não tenho nada a declarar”, esclareceu António Malheiro.


Recorde-se que, também na edição de 19 de Novembro de 2009, o presidente confirmou ao nosso jornal a “insatisfação e o mal-estar de algumas facções” existentes no seio dos Bombeiros de Salvaterra de Magos, mas assegurou que não foi informado das queixas de ameaça de morte.


Na ocasião, António Malheiro disse que foi informado em primeira-mão pelo nosso jornal de que a sua corporação estava a ser alvo de uma inspecção da ANPC. “A fiscalização vai averiguar o que se passa e só no final é que podemos dizer se está tudo bem. Mas acredito que sim”, garantiu o presidente no dia 17 de Novembro, data em que começou a ser feita a inspecção da ANPC ao corpo de Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos.»
in O Mirante online, 16-02-2010

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Olga de Cadaval: uma mecenas da cultura



- Marquesa de Cadaval -


A Senhora Marquesa de Cadaval descende de uma antiga família da mais alta aristocracia europeia, profundamente envolvida no mecenato e no mundo musical. Entre os seus mais ilustres antepassados figuram não só Catarina da Rússia, mas também Frederico II da Prússia, o magnífico rei alemão – ele mesmo um bom músico, amigo de Johan Sebastian Bach e patrocinador de Carl Philip Emmanuel Bach que para ele trabalhou em Sans-Souci.

Outros nomes relevantes, que se podem encontrar na genealogia da Marquesa de Cadaval, são Mikail Golenitchev-Kutuzov, o célebre marechal de campo, vencedor da batalha de Smolensk, para além de sete Doges de Veneza, com especial destaque para Girolano Mocenigo, que teve o privilégio de apoiar o grande compositor Cláudio Monteverdi (Cremona, 1567-Veneza, 1643) tendo-lhe encomendado a ópera Combatimento di Tancredo e Clorinda, cuja primeira representação teve lugar, precisamente, no seu palácio de Veneza.

Olga Nicolis di Robilant nasceu em Turim, no dia 17 de Janeiro de 1900. Florença e Veneza foram cidades onde colheu ensinamento e esmeradíssima educação durante a infância e juventude, tendo revelado, desde muito cedo, um particular interesse e afecto pelo piano. Nos tempos da Primeira Guerra Mundial, enquanto voluntária da Cruz Vermelha, serviu como enfermeira radiologista. Foi nessa altura que conheceu uma portuguesa que lhe apresentou Dom António Caetano Álvares Pereira de Melo, Marquês de Cadaval, com quem veio a casar em Julho de 1926.

Três anos mais tarde, o casal veio para Portugal, estabelecendo-se na Quinta da Piedade, em Colares. A Senhora Marquesa teve um especial papel na recuperação do património da família portuguesa não só em Sintra mas, igualmente, noutras propriedades. Infelizmente, Dom António veio a falecer pouco tempo depois, em 1939. Dona Olga, mãe de duas filhas e ainda uma jovem viúva, dedicou-se a actividades musicais.

Tornou-se Presidente da Sociedade de Concertos – que tinha sido fundada por José Vianna da Motta, em 1917 – tendo introduzido mudanças profundas, cuja principal consequência foi a presença regular em Lisboa dos mais extraordinários artistas, da maior fama mundial, em concertos inesquecíveis. No entanto, o seu nome também tem de ser obrigatoriamente referido quanto ao mecenato que exerceu em relação a jovens e talentosos artistas que, mais tarde, se tornaram tão conhecidos e famosos como Nelson Freire, Roberto Szidon, Martha Argerich, Jacqueline Dupré, Daniel Barenboim e muitos outros. Benjamin Britten – o grande compositor britânico que tantas vezes convidou para o seu palácio de Veneza – foi também um dos seus protégés, que em sua honra compôs, em 1964, a parábola religiosa Curlew River.

Impõe-se que mencionemos apenas alguns nomes da sua interminável galeria de amigos pessoais: Gabriele D’Annunzio, Marinetti, Giacomo Puccini (vizinho e pai de uma amiga), Nella Maïssa, Rei Humberto II, Maria José de Savoy, Eugénio Paccelli (futuro Papa Pio XII), Cole Porter, Maurice Ravel, André Malraux, Coco Chanel, René Huyghe, Arthur Rubinstein, Ygor Stravinski, Mstislav Rostropovitch, Ortega Y Gasset, Graham Green, Saul Bellow, Maurice Maeterlinck, Louise de Vilmorin, Imperador Franz Joseph (que ela designava como Il Kaiserone), Princesa Polignac, Henry Breuil, Kenneth Clark, Frau Cosima (filha de Liszt e viúva de Richard Wagner), Marconi, Olga Pratts, José Vianna da Motta, a família Freitas Branco – Luís, o compositor, Pedro, o maestro e João, o musicólogo –, Vitorino Nemésio, Virgínia Rau, Fernando Lopes Graça, Maria Germana Tânger. Por muito incrível que possa parecer, trata-se de uma lista deveras reduzida…

A Senhora Marquesa de Cadaval morreu em Lisboa, em 21 de Dezembro de 1996, tendo sido sepultada no mausoléu da família, no cemitério de Muge, perto de Salvaterra de Magos. O Festival de Sintra terá sido um dos grandes beneficiários do seu mecenato.

Tantas provas de carinho por parte da Senhora Marquesa de Cadaval, suscitaram a única atitude possível de perene gratidão de Sintra perante a memória de tão insigne figura. Em meados do ano 2000, por ocasião do fim das obras de total remodelação, do até então denominado Cine-Teatro Carlos Manuel, o Executivo Municipal decidiu instituir Dona Olga Maria di Robilant Álvares Pereira de Melo como patrona do novo Centro Cultural, um dos melhores auditórios de referência nacional que, a partir de então, ostenta na fachada o nome como era geralmente conhecida a Senhora Marquesa. A sua memória ocupa também um lugar especial nos nossos corações.