«Um funcionário da empresa Ribatejana foi demitido por se ter esquecido de um menino de quatro anos dentro de um autocarro que realiza o transporte pré-escolar e do primeiro ciclo no concelho de Salvaterra de Magos.
A decisão surgiu após um inquérito ao sucedido, que concluiu que o vigilante dos menores não se terá apercebido de que Daniel havia adormecido no percurso até à creche, dando ordem ao motorista para fechar o veículo, enquanto o menor permanecia lá dentro.
O incidente ocorreu na manhã de 22 de Fevereiro, após o autocarro ter realizado a habitual recolha diária de todos os menores com destino ao infantário. Residente na freguesia de Marinhais e o último a entrar no autocarro naquele dia, o menino terá adormecido profundamente num dos bancos traseiros e os outros menores nada terão referido ao auxiliar que os acompanhava - além do motorista -, quando chegaram ao jardim-de-infância. A verdade é que também não foi feita qualquer contagem ao número de crianças saídas do veículo.
Com o menino a dormir, o motorista encaminhou, então, o autocarro para uma outra freguesia, Glória do Ribatejo. Ao JN, a vereadora da Educação da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, Margarida Pombeiro, adiantou que o veículo acabou estacionado num largo junto a um supermercado muito frequentado na região.
"A criança acordou passado algum tempo e chamou a atenção de algumas pessoas que por ali passavam. Claro que perante aquele cenário, perceberam logo que qualquer coisa não estava bem", explicou a autarca.
Deslocando-se para junto do volante do autocarro, Daniel desatou a chorar chamando a atenção dos transeuntes, segundos os quais o menino terá ali permanecido durante mais de meia hora. "Pelo que apurámos, não terão sido mais de 10 minutos o tempo que o menor aguardou que se abrisse o autocarro. Um outro motorista da Ribatejana estava perto do local e, ao ser alertado, conseguiu abrir a porta", contrapôs a vereadora, frisando que o incidente não terá provocado qualquer trauma à criança.
"Reunimos de imediato com a empresa porque uma situação destas não poderia acontecer, já que transportamos a quase totalidade das crianças do concelho", disse Margarida Pombeiro. "Impusemos regras que passam por ter os vigilantes sentados atrás e não à frente, e contarem as crianças à entrada e à saída", acrescentou.»
Texto in JN online, 12-3-2010
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