domingo, 6 de setembro de 2009

A última tourada real em Salvaterra


Conta-nos a tradição
Que em tempos que já lá vão
O Pombal, em franca guerra;
Acabou p’ra nunca mais
Com as touradas reais
Em praças de Salvaterra
.
Toureava nesse dia
Ante nobre fidalguia
O jovem Conde dos Arcos
Cujo sangue valoroso
Por capricho desditoso
Na arena ficava em charcos
.
De Marialva, o Marquês
Olha o touro que desfez
O seu filho tão amado
E diz a El-rei, com fervor
Eu vos juro meu senhor
O Conde será vingado
.
El-rei nega por temor;
Mas desvairado p’la dôr
O Marquês saltou p’ra praça
E vinga com decisão
Pela sua própria mão
O sangue da sua raça
.
Então El-rei, que chorava
Ao ministro que aguardava
Disse: Marquês de Pombal
Jamais, fica ordenado
Haverá no meu reinado
Outra tourada real
.
.


Maria Manuel Cid / Casimiro Ramos / *fado freira / Repertório de Rodrigo

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